O controle do tempo, a costura das histórias, a condução das narrativas são excepcionais. O autor, obviamente, tem experiência, sabe o que faz. Para o leitor, é tudo muito fácil. Basta se deixar levar, sem que, para isso, seja necessário grandes esforços.
Imagino um filme. O livro poderia ser um roteiro de cinema, com os diversos planos e cortes abruptos se alternando. Imagino Lavínia. Mais Lavínia do que Cauby. Lavínia é um personagem de verdade. Já Cauby soa como um embuste. A começar pelo nome.
Embora seja ele o narrador e, ao lado de Lavínia, um dos personagens centrais da trama, Cauby não parece real. Parece um pretexto para que a história ganhe vida e possa ser contada.
O que fica depois da leitura? Não sei. Mas é diversão garantida. E de boa qualidade.
Ficha técnica: “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, de Marçal Aquino, Companhia das Letras (2005).
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