segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Morreste-me

Não sei dizer o que é. Talvez uma carta de despedida. Dolorida e triste. Na verdade, um registro. Do amor entre pai e filho e filho e pai. O sentimento escapa pelos vãos das palavras, condiciona a forma. E por que haveria de ser diferente?

Morte e perda são inevitáveis na vida. E temas recorrentes na literatura, como não poderia deixar de ser. Mas, nesse caso, é difícil dizer se o relato é pessoal ou ficcional. O autor fala da doença e da morte do pai. Fatos reais, parte de sua biografia.

Não que confundir realidade e ficção seja ação estranha à atividade literária. Pelo contrário, são sua argamassa. Mas, em geral, trata-se de costura invisível, difícil de detectar. Em “Morreste-me”, isso não acontece.

“Orienta-te, rapaz!”

“Oriento-me, pai.”

Ficha técnica: "Morreste-me", de José Luís Peixoto.

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