segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O Reino

Foi esse o nome de batismo da tetralogia de Gonçalo M. Tavares, que tem a violência como tema central. Em ordem cronológica, são quatro romances: "Um homem: Klaus Klump", "A máquina de Joseph Walser", "Jerusalém" e "Aprender a rezar na era da técnica".

Li tudo ao contrário. Comecei por "Jerusalém", depois, "Aprender a rezar...". Só então li os dois primeiros, na ordem certa. Já escrevi sobre os últimos. Agora, portanto, vou me concentrar em "Um homem: Klaus Klump" e "A máquina de Joseph Walser". Gostaria de escrever sobre o conjunto, mas, para isso, teria que ler tudo outra vez. E na ordem. Quem sabe um dia?

Ambas as histórias se passam numa mesma época e local - aliás, mesma época e local de "Aprender a rezar..." -, num cenário de guerra, opressão e violência. Não, esses termos não são sinônimos.

Apesar das semelhanças, Klump e Walser vivenciam guerras diferentes, são oprimidos de modo diverso e sofrem, ou não, violências distintas. Klump é filho de um industrial. Walser é empregado de uma fábrica.
E é a partir do comportamento desses dois personagens que o autor explora o seu tema e decanta a natureza humana. O que sobra no tubo de ensaio não é muito animador, mas com certeza é bastante coerente com o que chamamos de sociedade moderna.

Interessante observar que, embora nos romances de Tavares não existam heróis ou bandidos, é sempre possível encontrar uma heroína perdida numa ou noutra página.

Leitura obrigatória.

Ficha Técnica: "Um homem: Klaus Klump", Editora Caminho, "A máquina de Joseph Walser", editora Companhia das Letras, de Gonçalo M. Tavares.

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