sábado, 14 de março de 2009

As baratas e a justiça

Num flagrante caso de desrespeito à justiça, elas invadiram os 18 andares do prédio do tribunal.
Enfurecidas, estão destruindo pilhas e pilhas de papéis amarelados e embolorados. Disputam espaço com as traças e evitam embate direto com os ratos.

Teses primorosas, verdadeiros tratados de doutrina, ameaçam sucumbir face à sanha destrutiva desse exército implacável.

O conhecimento acumulado por doutos e ilustres cérebros, o registro do trabalho árduo de anos de esforço insano, estão prestes a desaparecer. Não devorados pelo tempo, como era de se esperar, mas pelas baratas.

Esses insetos rasteiros e asquerosos parecem ter desistido de conquistar o mundo via hecatombe nuclear – da qual, dizem os especialistas, eles serão os únicas sobreviventes. Resolveram partir para a ação. Querem destruir o mundo pelo estômago. Sua estratégia maligna foi destruir pela saliva a nossa mais cara instituição.

A humanidade, em alerta, promete resistir. Um plano de dedetização em massa está em andamento, mas o que pode o homem contra as baratas?

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