domingo, 26 de outubro de 2008

Gaveta de papéis

Cada vez que leio, encontro algo novo. Da primeira vez, a curiosidade me fez ler tudo na mesma hora. É um livro pequeno e rápido. Terminei e fiquei perdida.

Comecei outra vez. Então com calma. Um poema por vez. Mentira, não consigo ler um por vez. Mas poucos por vez. Primeiro em pensamento, depois em voz alta. Sempre faço isso. Preciso ouvir o som das palavras.

Senti ciúme do poeta. Das viagens, dos amores, das emoções, sensações. Ciúme ou inveja. Difícil dizer. É bom partilhar das emoções alheias, extravasar, exorcisar as nossas nelas. Mas isso também me lembra da minha incapacidade de exorcisar as minhas próprias, sem escadas, sem muletas, fugas, escapatórias. O texto de Peixoto é uma espécie de vício.

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