quinta-feira, 14 de maio de 2009

Blooks - Tribos e Letras na Rede



Estive no SESC Pinheiros ontem para acompanhar a primeira mesa de debates da programação do Blooks (blogs + books). Com a palavra: Ana Paula Maia, João Paulo Cuenca e Samir Mesquita. Mediação de Xico Sá.

Dos três convidados, só conhecia o João Paulo por conta das crônicas no jornal O Globo. Pouco depois descobri que também já havia lido sobre o trabalho do Samir, mais especificamente o livro “Dois Palitos” (recomendo uma visita à página http://www.samirmesquita.com.br/doispalitos.html).

O tema em pauta era a literatura sem papel. De novo a discussão sobre o futuro dos livros. Acho muito engraçada essa preocupação com o suporte material do livro, ou melhor, da palavra escrita. Que raio de diferença isso faz?

Pouco me importa se vou ler a palavra no papel, na tela do computador ou de um outro dispositivo eletrônico qualquer, projetada na parede, flutuando no ar feito um holograma.

Aliás, já pensou que delícia seria deitar na sua cama confortavelmente e ler o seu livro sem esforço, colhendo as letrinhas no ar? Nada de curvar as costas, torcer os pescoço ou esfolar os cotovelos.

Pena que quase nada se falou sobre as oportunidades que surgem a partir dos novos meios. Embora não se possa confundir o suporte material com o texto, também não se pode negar que ele representa limitações e possibilidades.

Deixando de lado outras experiências – como a do audiolivro, por exemplo – e falando apenas sobre papel e internet: no papel, o texto é estático, não há possibilidade de interação do leitor, os recursos gráficos disponíveis são limitados. Na internet, é possível fazer o contraponto disso tudo.

Não quer dizer que um meio seja melhor do que o outro. Apenas têm características diferentes. Eu gostaria de perder meu tempo pensando em como explorar essas características para contar uma história. Nesse sentido, achei muito interessante a novidade do trabalho do Samir.

Mas o saldo final foi bastante positivo. Saí de lá com muita coisa na cabeça: pensamentos e idéias, informações, dúvidas, irritações, curiosidades, inconformismos e alguns novos nomes.

Alta Literatura
Qual é a altura da literatura? Alta ou baixa, magra ou gorda, não importa. Gostaria que as pessoas lessem mais. Qualquer coisa que fizesse bem a elas. Emocionasse. Confortasse. Incomodasse. Divertisse.

O Famigerado Leitor
Quem é o leitor? Colega de profissão, aspirante ao cargo, nerd de plantão? O que ele quer? Precisamos encontrar/formar leitores que deem cabo da atual produção literária ou produzir literatura que dê cabo dos leitores?

Ana Paula Maia
Está prestes a publicar em papel um livro que já foi publicado na internet. Acredita na web como um eficiente meio de divulgação do seu trabalho. Por meio dela, o leitor tem a oportunidade de conhecer e se interessar pelo trabalho do autor. Lembra que não internet não é gênero, mas sim veículo. E que não existe ficcção para internet. Ficção é ficção, seja publicada em papel ou em meio digital. Acredita que a internet possa atrair mais leitores para o livro impresso.
Blog da Ana Paula Maia: http://www.killing-travis.blogspot.com/

João Paulo Cuenca
Não acredita que exista literatura para internet. Literatura é literatura. O suporte não é tão importante. Tem um blog desde 2001. O que ganhou com essa experiência? Uma espécie de pacto com o leitor, um espaço para testes, uma maneira rápida de se comunicar. Se considera ‘velho’ e se julga pessimista.
Blog do João Paulo Cuenca: http://oglobo.globo.com/blogs/cuenca/

Samir Mesquita
Fez o livro na caixinha de fósforo (“Dois palitos”, 2007) e acabou de lançar um livro novo, o “18:30”, que chama de ‘livro-mapa’. Adepto dos microblogs, que publica via twitter. Vê a internet como uma boa alternativa para divulgar seu trabalho. Acredita em seu potencial para atrair mais leitores para o papel. Com certeza, vale a pena acompanhar o trabalho do Samir. Criativo, novo, interessante.
Site do Samir Mesquita: http://www.samirmesquita.com.br/

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