domingo, 6 de julho de 2008

Tom Stoppard

Eu já sabia que o Luis Fernando Veríssimo era tímido, mas, ainda assim, a timidez dele me surpreendeu. Veríssimo L-E-U suas perguntas. Engraçado, não? Claro que ele é ótimo e, mesmo lendo, é um prazer ouvi-lo. Mas houve certo estranhamento. Como não poderia deixar de ser, as perguntas do Veríssimo carregavam uma boa dose de humor. Não de um humor qualquer, mas do humor do Veríssimo, com o qual Stoppard – a estrela da mesa – não estava familiarizado (ele confessou ter lido – e gostado de – um livro do Veríssimo na noite anterior pela primeira vez).

Enfim, Veríssimo provocou, Stoppard não entendeu e, simplesmente, respondeu a pergunta. Foi um pouco frustrante. Daí pra frente, Veríssimo optou por seguir o caminho mais seguro e fazer perguntas convencionais, de forma convencional. Ou seja, a conversa não esquentou.

Acho que teria sido melhor se Veríssimo fosse mais um convidado, ao lado de Stoppard, e que uma terceira pessoa tivesse sido escolhida como mediadora.

Mas, ainda assim, valeu a pena. Pra mim, que não conhecia absolutamente nada sobre Stoppard, ficou a vontade de conhecer melhor o trabalho dele. Principalmente depois de ele chamar a atenção para uma distinção que eu achei ótima: a diferença entre "categoria" – na verdade, essa palavra não me parece muito adequada, mas, por hora, não tenho outra – e qualidade.

Segundo ele, o que importa é a qualidade. E você pode encontrá-la em qualquer categoria - num texto literário ou numa revista de fofocas. Ou seja, falando de diálogos do cinema ou do teatro, especialidade de Stoppard, a frase perfeita pode ser encontrada tanto num filme do Indiana Jones como num texto de Shakespeare.

Adorei ouvir isso.

Flip 2008
Mesa 15 - Shakespeare, utopia e rock’n’roll - TOM STOPPARD
Dia 05/07, às 19h
Mediador: Luis Fernando Veríssimo

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