quarta-feira, 11 de março de 2009

Quinto Dia


Manhã

Suco no Pólis, fingindo ser carioca, e café completo - por engano - no Alessandro e Frederico. No RJ, não há meio termo: ou você toma um cafezinho básico, em pé, no balcão, ou um café suntuoso, num lugar bonito e com ar condicionado.

Outeiro da Glória

Tentativa frustrada de conhecer a igreja. Teleférico fechado. Ninguém soube me explicar por que motivo.

Real Gabinete Português de Leitura

Apesar do calor, caminhar no centro do rio é divertido. A arquitetura é o máximo. Uma profusão de cores, materiais, relevos, vitrais. Em cada rua, uma supresa - ou várias. O predio do Real Gabinete Português de Leitura é "over", tavez por isso ainda mais interessante. A biblioteca é de tirar o fôlego com seus móveis de madeira escura, entalhes, detalhes. Em destaque, o IV Centenário do Padre Antonio Vieira. Localização: Rua Luis de Camões, em ferente à Praça Alexander Herculano. Perfeito, não?

Confeitaria Colombo

É impossível andar pelo Rio de Janeiro sem pensar no tempo. Sentar numa mesa da Confeitaria Colombo, fundada em 1894, e não imaginar como seria esse salão há 100 anos. Ou melhor, quem estaria sentado aqui, pois o salão parece ser exatamente o mesmo. É isso que evoca uma espécie de nostalgia de um passado não vivido. O piso de ladrilho hidráulico, de onde terá vindo? Como? E as enorme vitrines que ocupam paredes inteiras? Madeira e vidro. Testemunhas de um tempo que não existe mais e que eu nunca saberei como foi, pois a história contada não é a história vivida. Resta a história inventada. Lembranças nada mais são que invenções. Mentiras quase perfeitas pois iludem até mesmo seu autor. Que língua falam essas estantes? Francês, inglês, português? Que mãos alisaram as curvas da madeira, lixaram, poliram, enceraram? Quais são suas histórias? E os espelhos? Acho que nunca vi tão grandes. Portais para um outro mundo? Não, para uma outra época. O público daqui é não combina com o lugar. Shorts, camisetas, chinelos, bonés e máquinas fotográficas. Os móveis nos recebem constrangidos.

Livraria da Travessa

A terceira que conheço. Minha velha conhecida é a de Ipanema. Depois visitei a do Centro Cultural do Banco do Brasil. Esta fica na travessa do Ouvidor. Tem um café grande e uma papelaria bem bonita ao lado, com acesso pela livraria. Sinto falta de poltronas para sentar e ler alguma coisa. Há algum espaço para isso, mas não o suficiente. E nada tão convidativo como as poltronas e cadeiras da Livraria Cultura ou da Livraria da Vila. Mas, no geral, as livrarias da Travessa me parecem muito boas.

Praia

Fim de tarde na praia de Ipanema. Ainda bem movimentada, apesar do sol já ter desertado. Fiquei tempo suficiente para uma abordagem tipicamente carioca: o ser surge do nada, puxa um papinho, convida para um chope e vai embora. Gosto da falta de cerimônia do Rio.

Noite

Sushi Leblon, finalmente. Não havia espera para o balcão. Ambiente bonito. Gente bonita. Um macarrão delicioso, com curry, côco e frutos do mar. Depois um café na calçada, no Armazém do Café, e uma caminhada do Leblon até Ipanema para encerrar a noite.

Saldo do dia: 408 degraus, um gabinete de leitura, um café de fim de noite.

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