Uma história de família. Mais uma. E uma história de Manaus. Sempre. Este foi o segundo livro que li de Hatoum. O primeiro foi “Cinzas do Norte”.
Também em “Dois Irmãos” respira uma família que desaparece. Como a Cidade Flutuante. Como a Manaus daquela época. Nesse sentido, o tempo é elemento essencial.
E, de novo, o autor se vale de um personagem para contar sua história – a história dele, do autor. Com isso, ficamos reféns das impressões do narrador. Enxergamos apenas a superfície. Tentamos desvendar a natureza de cada um, tentamos descobrir. Mas Hatoum é parcimonioso nas revelações e assim mantém o leitor cativo até o final.
Entre os irmãos do título, uma história de ódio. Em todo o livro, não há um só momento de ternura, de amor entre eles. Dizem que entre o amor e o ódio há apenas um passo. Portanto, não devia surpreender uma história de ódio entre dois irmãos. Apesar disso, essa raiva onipresente é angustiante.
Ficha Técnica: “Dois Irmãos”, de Milton Hatoum, Editora Cia. das Letras.
segunda-feira, 2 de março de 2009
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