Eram três. Faixa etária: 45. Mulheres comuns. Tomavam café. Chamaram minha atenção com o arrastar de cadeiras e a contagem regressiva.
Uma delas, depois de apoiar a câmera fotográfica sobre uma pilha de livros, havia se levantado para se juntar às outras duas, já posicionadas em frente às lentes. Agachou-se entre as amigas dois segundos antes do disparo do flash.
Depois alcançou a câmera para checar o resultado. As três. Analisando o visor ao mesmo tempo entre risos e comentários satisfeitos. “Ficou ótima”.
O café estava cheio, mas elas preferiram não pedir ajuda a ninguém. Não sei se pensando em não incomodar ou se acreditando serem perfeitamente capazes do feito sem ajuda alguma.
Planejaram e executaram. O número certo de livros para alcançar a altura necessária. O lapso de tempo exato para o deslocamento da amiga. Os sorrisos sincronizados para o clique. Olhos bem abertos para não piscar.
Depois a comemoração conjunta e sincera dessa empreitada. E a ausência de modéstia: ficou ótima.
Excluindo a referência à modéstia, não consigo imaginar um grupo de homens repetindo a cena.
Acho que estamos levando à sério demais essa história de independência.
terça-feira, 7 de abril de 2009
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