“Um terno de pássaros ao sul” é uma espécie de acerto de contas. Acerto de contas de um poeta, frise-se. Menos com uma pessoa – seu pai – e mais com o passado, com a história de cada um, com a vida em todo o seu potencial humano.
Entre pessoas tecidas para o amor e amortecidas por ele, o poeta faz sua viagem entre passado e presente, infância e maturidade.
“Quando nasceram os filhos, amaste teus escritos. Quando nasceram os netos, amastes teus cachorros. Quando vamos coincidir?”
Talhado para o amor e amortalhado por ele, o poeta filtra decepção, dor, amor, reconhecimento. Não se trata de perdão, mas de aceitação. O menino e o homem se fundem ao texto. Primeiro filho, agora pai, o poeta se recompõe.
“Tivemos a coragem de superar o começo, não transformar a filiação em carta de guerra, imitação da treva.”
O abandono e o reencontro. A dureza das palavras contrapostas ao pedido da criança: “Volta ao pampa, pai”. “Volta ao pai, pampa.”
Ficha Técnica: "Um terno de pássaros ao sul", de Fabrício Carpinejar, Editora Bertrand Brasil.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
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