Um livro dolorido. Ausência, dor, separação, perda. Saudade de um tempo passado, de uma infância que já não existe mais. Saudade de uma parte da vida já vivida e que, por isso, não existe mais. Ou existe. Mais do que nunca, pois não pode mais ser alterada ou esquecida ou retocada.
A imagem de uma criança em ruínas não é exatamente agradável. Mas na infância retratada pelo poeta, as crianças parecem ser crianças. A infância tem cara, jeito, gosto de infância. Na verdade, a idéia que fica é a da passagem do tempo. Da criança que deixou de ser criança porque cresceu. E do adulto que, de algum modo, se ressente com isso.
Mais do que síndrome de Peter Pan, a nostalgia da infância surge como uma espécie de resgate da ausência, uma recomposição do conceito de família, do conforto e da segurança que, na vida adulta, são tão difíceis de recuperar.
Um livro apaixonante.
Ficha Técnica: "A criança em ruínas", de José Luís Peixoto, Editora Quasi.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário