Este é o segundo livro que leio do Gonçalo Tavares. E, mais uma vez, me deparo com a loucura. Pelo visto, o autor é especialista no assunto.
As pessoas estão no centro da narrativa. São elas que impulsionam a história. Os fatos servem apenas como pano de fundo. Os fatos servem apenas para moldar as personagens, explicitá-las.
O texto é construído, medido, calculado. É cíclico também. De repente nos damos conta de que estamos de volta ao ponto de partida. E de novo. E mais uma vez.
Loucura e sanidade se confundem. Na verdade, a distinção entre ambas é que deixa de importar. O horror, do passado e do presente, perpassa a narrativa sem se importar com saúde ou doença,
normalidade ou demência.
O horror e o humano se fundem. Não há ciência o bastante. Não há justiça, nem clamor por justiça, nem tristeza ou lamento. Só uma espécie de balanço, de controle aleatório e casual, quase mecânico, que incide sobre a cidade como um raio.
Resta, sempre, a solidão.
Ficha Técnica: “Jerusalém”, de Gonçalo M. Tavares, Companhia das Letras.
domingo, 1 de fevereiro de 2009
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