domingo, 15 de fevereiro de 2009

Intolerância

Um homem e quatro mulheres. Num domingo de chuva. Dividem a mesa ao meu lado, no café de uma livraria. O tema da conversa: bichinhos de estimação. Eu adoraria não ouvir a conversa deles, mas, considerando a distância geográfica, isso é impossível.

Descobri que o filho de um deles tem uma galinha de estimação e que todos eles adoraram o tal do labrador-ator, chamado Marley. Tive a honra de ser relembrada das velhas máximas dos famigerados donos de animais domésticos: “é como um filho”, “faz companhia”. (Desde quando filhos fazem companhia aos pais?)

Também acompanhei o extraordinário desenvolvimento de um dos bichanos: “faz xixi no jornal”. Descobri que alguns hotéis oferecem até aulinha de natação e que o faxineiro do prédio de uma delas é pago para fazer companhia ao cachorrinho que fica em casa sozinho o dia todo.

(Nunca entendi como alguém pode dizer que gosta de animais e submeter o dito cujo a viver sozinho, na maior parte do tempo, trancafiado num apartamento.)

Ainda aprendi que “gato é bem mais fácil de cuidar do que cachorro, o problema é que é imprevisível”.

Continuava a chover. E eu sem guarda-chuva. Nem paciência.

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