Em que momento perdemos a capacidade de acreditar? Na semana passada, o homem-aranha ganhou os noticiários nacionais. Não o homem-aranha personagem de ficção, mas sim um homem-aranha real. Um menino de 5 anos fantasiado.
O motivo de toda essa repercussão foi um feito pra lá de heróico, desses de por personagem de HQ no chinelo. O menino entrou numa casa em chamas para salvar uma menina de menos de 2 anos que estava presa lá dentro. Conseguiu. Saíram de lá ilesos.
A justificativa para essa atitude, a razão de nenhum medo? “O homem-aranha não é fraco e não tem medo de nada”, declarou o moleque. Aquela simples fantasia, um pedaço de pano colorido, era o suficiente para transformar o menino em herói. E não havia espaço para dúvidas.
Tentei lembrar de quando eu era criança, mas não consegui. Minha memória é péssima. Mas me lembrei das crianças que vemos por aí, andando nas ruas fantasiadas, voltando da escola ou de uma festinha, e do rosto delas, da alegria, do encantamento, da certeza de serem princesas, fadas, índios, super-heróis.
Qual a diferença entre a imaginação e a realidade? Não vejo muita. Tanto uma como outra produzem efeitos muito parecidos: alegria, dor, coragem, medo, enfim, todo um portfólio de emoções. Mudam o tempo todo. Fogem ao nosso controle.
Quando é que perdemos a capacidade de imaginar e de acreditar em nossa imaginação? Acho que cedo demais. Cada vez mais cedo.
Há 15, 2o anos, fomos jovens sem ideologias, só tédio. De lá pra cá, alguma coisa mudou?
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
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